segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

sábado, 31 de agosto de 2013

Bom dia todas as cores

Marcelo , Marmelo , Martelo


As crianças, muitas vezes, nos falam coisas interessantes.

 Mas é muito engraçado quando elas criam certas palavras.

 Uma vez, a minha cunhada me contou que a filha, um dia, disse assim - quando começou a anoitecer.
- Mãe, já começou a escuriar...
Claro que, naquele momento, a minha sobrinha expressou o que ela entendia pelo contrário de clarear...
É incrível as  comparações que as crianças fazem ao “criar” novas palavras e organizar os seus pensamentos.

Veja só a história do martelo,

quero dizer, do marmelo,

não, do Marcelo...


Contada por Ruth Rocha e ilustrada por Adalberto Cornavaca.
MARCELO, MARMELO, MARTELO.

Marcelo vivia fazendo perguntas a todo mundo:
- Papai, por que é que a chuva?
-Mamãe, por que é que o mar não derrama?
- Vovó, por que é que o cachorro tem quatro pernas?
As pessoas grandes às vezes respondiam. Às vezes, não sabiam como responder.
-Ah, Marcelo, sei lá...
Uma vez, Marcelo cismou com o nome das coisas:
- Mamãe, por que é que eu me chamo Marcelo?
- Ora, Marcelo foi o nome que eu e seu pai escolhemos.
- E por que é que não escolheram martelo?
-Ah, meu filho, martelo não é nome de gente! É nome de ferramenta...
- Por que é que não escolheram marmelo?



- Porque marmelo é nome de fruta, menino!
- E a fruta não podia chamar Marcelo, e eu chamar marmelo?
No dia seguinte, lá vinha ele outra vez:
- Papai, por que é que mesa chama mesa?
- Ah, Marcelo, vem do latim.
- Puxa, papai, do latim? E latim é língua de cachorro?
- Não, Marcelo, latim é uma língua muito antiga.
- E por que é que esse tal de latim não botou na mesa nome de cadeira, na cadeira nome de parede, e na parede nome de bacalhau?
-Ai, meu Deus, este menino me deixa louco!
Daí a alguns dias, Marcelo estava jogando futebol com o pai:
-Sabe, papai, eu acho que o tal de latim botou nome errado nas coisas. Por exemplo, por que é que bola chama bola?
- Não sei, Marcelo, acho que bola lembra uma coisa redonda, não lembra?
-Lembra, sim, mas ... e bolo?


- Bolo também é redondo, não é?
- Ah, essa não! Mamãe vive fazendo bolo quadrado...
O pai de Marcelo ficou atrapalhado.

E Marcelo continuou pensando:
“Pois é, esta tudo errado! Bola é bola, porque é redonda. Mas bolo nem sempre é redondo. E por que será que a bola não é a mulher do bolo? E bule? E belo? E Bala? Eu acho que as coisas deviam ter o nome mais apropriado. Cadeira, por exemplo. Devia chamar sentador, não cadeira, que não quer dizer nada. E travesseiro? Devia chamar cabeceiro, lógico! Também, agora, eu só vou falar assim”.


Logo de manhã, Marcelo começou a falar sua nova língua:
- Mamãe, quer me passar o mexedor?
- Mexedor? Que é isso?
- Mexedorzinho, de mexer café.
- Ah, colherinha, você quer dizer.
- Papai, me dá o suco de vaca?
- Que é isso menino?
- Suco de vaca, ora! Que está no suco-da-vaqueira.
- Isso é leite, Marcelo. Quem é que entende este menino?

O pai de Marcelo resolveu conversar com ele:
- Marcelo, todas as coisas têm um nome. E todo mundo tem que chamar pelo mesmo nome porque, senão, ninguém se entende...
- Não acho, papai. Por que é que eu não posso inventar o nome das coisas?


- Deixe de bobagens, menino! Que coisa mais feia!
- Esta vendo como você entendeu, papai? Como é que você sabe que eu disse um nome feio?
O pai de Marcelo suspirou:
- Vá brincar, filho, tenho muito que fazer...
Mas Marcelo continuava não entendendo a história dos nomes. E resolveu continuar a falar, à sua moda. Chegava em casa e dizia:
- Bom solário pra todos...
O pai e a mãe de Marcelo se olhavam e não diziam nada. E Marcelo continuava inventando:
Sabem o que eu vi na rua? Um puxadeiro puxando uma carregadeira. Depois, o puxadeiro fugiu e o possuidor ficou danado.

A mãe de Marcelo já estava ficando preocupada. Conversou com o pai:
- Sabe, João, eu estou muito preocupada com o Marcelo, com essa mania de inventar nomes para as coisas... Já pensou, quando começarem as aulas? Esse menino vai dar trabalho...
- Que nada, Laura! Isso é uma fase que passa. Coisa de criança...


Mas estava custando a passar...
Quando vinham visitas, era um caso sério. Marcelo só cumprimentava dizendo:
- Bom solário, bom lunário... – que era como ele chamava o dia e a noite.
E os pais de Marcelo morriam de vergonha das visitas.



Até que um dia...
O cachorro do Marcelo, o Godofredo, tinha uma linda casinha de madeira que
Seu João tinha feito para ele. E Marcelo só chamava a casinha de moradeira, e o cachorro de Latildo.
E aconteceu que a casa do Godofredo pegou fogo. Alguém jogou uma ponta de cigarro pela grade, e foi aquele desastre!



Marcelo entrou em casa correndo.
- Papai, papai, embrasou a moradeira do Latildo!
O quê, menino? Não estou entendendo nada!


- A moradeira, papai, embrasou...
- Eu não sei o que é isso, Marcelo. Fala, direito!
- Embrasou tudo, papai, está uma branqueira danada!
Seu João percebia a aflição do filho, mas não entendia nada...
Quando seu João chegou a entender do que Marcelo estava falando, já era tarde.
A casinha estava toda queimada. Era um montão de brasas.
O Godofredo gania baixinho...
E Marcelo, desapontadíssimo, disse para o pai:
- Gente grande não entende nada, mesmo!


Então a mãe do Marcelo olhou pro pai do Marcelo.
E o pai do Marcelo olho pra mãe do Marcelo.
E o pai do Marcelo falou:
- Não fique triste, meu filho. A gente faz uma moradeira nova pro Latildo.
E a mãe do Marcelo disse:
É sim! Toda branquinha, com a entradeira na frente e um cobridor bem vermelhinho...



E agora, naquela família, todo mundo se entende muito bem.
O pai e a mãe do Marcelo não aprenderam a falar como ele, mas fazem força pra entender o que ele fala.
E nem estão se incomodando com o que as visitas pensam...

ROCHA, Ruth. Marcelo, marmelo, martelo e outras histórias. Rio de Janeiro: Salamandra consultoria Editorial S.A, 1976.
Ilustração de Adalberto Cornavaca.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Ingazinho e turma da mônica





enviado por um leitor e colaborador
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ou

Turma da Mônica Jovem 58 (tmj 58)





Cebola aceita um perigoso desafio para pôr à prova sua coragem,
 mas seu pai tentará impedi-lo a qualquer custo!
 dia 28 "nas bancas"

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A história começou em Paris!


A história começou em Paris!




Tudo começou em Paris. Jeanne Poésie, 10 anos, voltou às aulas numa escola completamente nova: a Open World School Paris.

Muito rapidamente, Jeanne foi posta em contato com Giulia Fantasia, aluna da Open World School Rome, e com Kate Melody, dessa mesma escola em Lodres. Muito rapidamente as três garotas tornaram-se amigas e passaram a corresponder-se trocando emails. Além disso, Jeanne, que começou a escrever um blog “privado”, concede seu acesso às suas duas amigas.

Elas contam umas às outras sobre suas vidas, suas famílias, seus cotidianos nessas cidades e países diferentes. Elas confidenciam suas pequenas tristezas, suas raivas, suas alegrias, seus principais interesses e seus compromissos.
Jeanne Poésie ama os livros e sonha em se tornar escritora. Ela mora no bairro Montorgueil, situado no segundo distrito de Paris. Ela tem um jovem irmão, Oscar, e uma pequena irmã, Nina. Jeanne é bilíngue, sendo seu pai de origem americana.

Jeanne se questiona muito sobre o mundo a sua volta. Ela é apaixonada, engajada e motivada por ideais de justiça. Ela nunca deixa de escrever algumas linhas em seu blog ou em seu caderno secreto quando ela se encontra numa situação nova ou frente a algo que considera admirável.
Jeanne também adora falar sobre tudo isso com a sua mãe, uma empreendedora com a alma sempre em movimento, com mil projetos na cabeça, mas sempre pronta a fazer uma pausa para uma conversa com sua filha.

Jeanne é sonhadora, às vezes nostálgica, mas sempre pronta a duvidar das evidências, a entrar no combate quando se trata de despertar consciências ou de tentar ajudar as pessoas vítimas de injustiça.



Kate Melody vive em Londres no famoso bairro Notting Hill. Ela se dá muito bem com seu irmão, Jamie, um adolescente, cantor e bom músico, que não para de encorajá-la a aprender a tocar violão. Por outro lado, Kate discute frequentemente com sua irmã mais velha, Martha, que a considera um “bebê”. Kate acabou de adotar um cachorrinho, Sammy. Ela o adora, mas ele só faz besteira!

Kate tem um grande senso artístico. Ela gostaria de virar diretora, fazer filmes. Não é de se admirar, uma vez que o trabalho da sua mãe consiste em criar cenários para uma produtora de cinema e Kate muitas vezes a acompanhou em seu trabalho. É muito provavelmente daí que veio a inspiração...

Kate é muito respeitosa, conciliadora e busca sempre o consenso: ela tem o dom natural de resolver conflitos com doçura.
Quanto à Giulia Fantasia, ela passou sua infância em Cortona, uma pequena cidade da Toscana, uma das mais belas regiões da Itália. Quando seus pais se divorciaram, ela se mudou para Roma com a sua mãe e com a Laura, sua pequena irmã de quatro anos. Ela mora desde então no charmoso bairro de Trastevere, num apartamento no alto do imóvel e que dá para um lindo quintal inundado de sol! Além disso, ela tem a sorte de ver frequentemente seus avós, que moram bem perto dela.

Sua mãe é professora de yoga e sempre se coloca à disposição das suas filhas, principalmente desde a sua separação. Ela leva com frequência a Giulia para tomar um sorvete na praça, no fim da tarde. É um pequeno ritual: elas sentam-se nos degraus do chafariz Santa Maria, em Trastevere, e desfrutam da doçura do final do dia.

Apesar disso, Giulia sente saudade do seu pai e liga para ele com frequência. Além disso, é ele quem a fez descobrir o mergulho submarino, um esporte que ela adora!... Ela às vezes sente muita saudade dos seus amigos que ficaram em Cortona, ainda que ao chegar a Roma, ela tenha se tornado muito amiga do Marco.

Sonhadora, tagarela, inventiva, cheia de vida e de originalidade, Giulia é bastante comprometida com assuntos ecológicos. Ela quer a qualquer custo contribuir com a salvação do planeta e está sempre muito informada sobre o assunto.



As novas tecnologias da informação a serviço dos seus ideais

Kate, Giulia e Jeanne têm grandes sonhos e procuram mudar o mundo quando este não é conforme aos seus ideais. Elas utilizam as novas tecnologias (Internet, emails...) como meio de expressão, mas também como uma ferramenta a serviço de seus ideais.

Rapidamente, elas podem se comunicar, trocar ideias com toda a comunidade da Open World School e por em prática planos de ação quando necessário.



Agir concretamente no mundo

Graças à Internet, Jeanne recebeu há algum tempo uma mensagem de uma jovem chinesa de 12 anos, chamada Yang Xi, que lhe dizia que ia largar a escola para trabalhar numa fábrica de brinquedos... Diante de uma situação tão injusta, Jeanne reagiu imediatamente avisando os adultos, certamente, mas também suas amigas na Europa, escrevendo alguns emails. E em alguns dias as meninas se mobilizaram e organizaram manifestações de apoio a Yang Xi na Europa!
“Dez mil balões voam sobre Paris, Roma, Bruxelas e Londres. Imagine, Yang Xi... Montmartre, a praça da Espanha, o Hyde Park e a Grande Praça falam sobre você! A Europa se inflama por você, Yang Xi!”, extrato do blog da Jeanne

Jeanne, Kate, Giulia e as outras têm no interior delas uma pequena fagulha que as anima e que faz pensar que elas serão mulheres que um dia farão a diferença no mundo. São jovens meninas, pequenas musas, que inspiram e põem em movimento outras meninas no mundo todo.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Caramelo , o caramujo


                                 

                             

Era uma vez um caramujo que se chamava Carmelo.
Um dia, enquanto passeava calmamente pelo campo, encontrou algumas borboletas e pensou como seria bom se tivesse aquelas cores tão brilhantes na sua carapaça.
Carmelo continuou o seu passeio e logo adiante encontrou uma joaninha e novamente se pôs a
pensar:
"Como a joaninha é bonita, assim toda vermelha com bolinhas pretas. Por que será que minha concha é sem cor?"


Então Carmelo se sentiu tão triste, mas tão triste por não ter uma carapaça colorida, que começou a fazer um pedido por escrito, para alguém resolver o seu problema.
Foi então que ele avistou um homem, perto dali, misturando tintas para pintar um quadro muitocolorido.
Carmelo não perdeu tempo, e o mais rápido que pôde, andou até onde o pintor estava e perguntou sem a menor cerimônia:
- O cavalheiro poderia pintar minha carapaça com as cores das borboletas ou as das asas da joaninha?
O pintor ficou muito feliz em poder ajudar


Carmelo e, na mesma hora, começou a pintar sua carapaça com bolinhas pretas que nem as das joaninhas.

Carmelo não cabia em si de contente, e foi correndo mostrar suas novas cores aos amigos.
No entanto, eles não ficaram nem um pouco impressionados, e um deles disse para Carmelo:


- Que coisa feia, você nem parece um caramujo.